sexta-feira, 18 de junho de 2010

Depósito das cruzes

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

Depósito das cruzes

Conta uma velha história: um belo dia, São Pedro reclamou com o Senhor que a cruz que ele estava carregando era pesada demais. Eram muitas as responsabilidades, as cobranças, as críticas para aguentar. Todos lhe davam conselhos e lhe diziam como agir, mas, no final, não era muito fácil tomar as decisões certas. Assim São Pedro pediu a Jesus licença para trocar de cruz. – Se você quer assim – respondeu-lhe Jesus – venha comigo.

Então o Senhor o levou a um depósito cheio de cruzes de todas as medidas, vários tamanhos e materiais. São Pedro ficou feliz. Largou a sua cruz num canto, e começou a experimentar outras cruzes. De imediato viu uma bem pequena, quis colocá-la no ombro, mas nem conseguiu levantá-la. Começou logo a duvidar do tamanho e do peso daquela cruz. Encontrou uma que parecia bem leve, mas era muito cumprida. Não conseguia andar; a cruz batia em todo canto e machucava o seu ombro. Continuou experimentando várias cruzes. Todas tinham algum defeito: uma era pior do que a outra. Por fim, quando achava que tudo aquilo não ia dar em nada, viu uma cruz abandonada num canto. Coloco-a no ombro e... Nossa! Exclamou, era bastante pesada, mas dava para andar, e também cabia bem n o seu ombro. Enfim era do tamanho certo, mesmo sendo difícil carregá-la.

Voltou com Jesus e disse: - Mestre, esta é a cruz que escolhi.

Jesus olhou para a cruz e deu um sorriso. Com o dedo mostrou-lhe o que lá estava esculpido: “Cruz de Pedro, filho de João, o pescador da Galiléia”. Era a cruz dele mesmo, não tinha como trocar.

Lembramos as palavras de Jesus no trecho do evangelho deste domingo: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me.” (Lc 9,23). O que nós pensamos, quando escutamos falar na cruz de cada um? Talvez no destino, na sina ou em algo semelhante, que é imutável, como se tudo já estivesse decidido e nós não tivéssemos nenhuma possibilidade de redirecionar os eventos. Os antigos chamavam isso de “fato”, de onde vem a palavra “fatalidade”, isto é: algo que deve acontecer e que é impossível mudar. Refletindo sobre essas considerações podemos chegar a diferentes conclusões. Apesar de muitas coisas, realmente, não dependerem de nós, existem muitas outras que nós podemos construir e moldar, organizando-as e orientando-as conforme as nossas sucessivas escolhas. Q uem acredita que tudo já esteja escrito em algum lugar torna-se “fatalista”. Deixa as coisas acontecer, vai atrás dos outros, sempre reclama da sua situação, mas pouco ou nada faz para mudá-la. Acaba sendo vítima de sua própria inércia. Outros assumem atitudes de eternos insatisfeitos. Reclamam de tudo. A vida deles é um verdadeiro inferno, nada presta. Se escapam da depressão, pouco fazem para mudar a própria situação. Digo isso porque assim como temos exemplos maravilhosos, temos exemplos tristes. Os bons exemplos vêm daquelas pessoas que, apesar de possuírem alguma deficiência, lutam para superá-la, ou para contribuir de alguma maneira com a sociedade. No entanto outras, com perfeita saúde, acabam jogando fora as suas vidas, percorrendo os caminhos do alcoolismo, das drogas, ou da violência. Quantas pessoas vivem muito bem, superando obstáculos e dificuldades, revertendo situações adversas; e quantas outras, infelizmente, estão perdidas como s e não valessem nada e pudessem ser descartadas.

Carregar a nossa cruz talvez signifique simplesmente aceitar, em primeiro lugar, a nossa condição humana. Não podemos fazer tudo, nem ganhar tudo. O que podemos fazer é usar bem os dons que recebemos; usá-los para fazer o bem. Isso é querer seguir Jesus. Estou convencido de que a cruz mais pesada não sejam tanto as dificuldades, ou as limitações físicas, ou intelectuais de uma pessoa, mas a incapacidade de amar e servir com generosidade aos nossos irmãos. É o mal que carregamos dentro de nós, o qual chamamos de pecado, que nos impede de sermos felizes e de fazer felizes os outros. Quanto mais insistirmos no mal, mais a vida se complica; fica mais difícil amar e sermos amados. Se fizermos sempre o bem e ajudarmos alguém a carregar a cruz de seu sofrimento, a nossa cruz também ficará mais leve. Unid os carregaremos muito mais e venceremos o peso do mal, das injustiças e das exclusões. Unidos aguentaremos as nossas cruzes no caminho da vida, abraçados a elas, sem querer trocá-las. Como Jesus, até o fim, por amor.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Artigo : Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

Na sala de cirurgia da clínica universitária os assistentes estavam introduzindo uma maca. Nela estava deitado um paciente que devia ser operado, e o cirurgião lhe explicava a complexidade da cirurgia e as suas conseqüências.
– O senhor – dizia o médico – tem um câncer na garganta. Nós temos a certeza de conseguir extirpá-lo completamente. Assim salvaremos a sua vida, mas o senhor, infelizmente, não poderá mais falar. O cirurgião parou um instante e depois continuou: - Se o senhor quiser dizer agora as últimas palavras da sua vida, pode fazê-lo. O paciente demorou alguns momentos em silêncio, depois, com voz clara e firme, exclamou:- Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!
Assim é a história. As últimas palavras do paciente foram de louvor ao Senhor e, indiretamente, de agradecimento pela vida e por tudo o que estava acontecendo, apesar da grave deficiência que deveria sofrer em seguida.
Este pequeno exemplo despertou a minha curiosidade, porque na página do evangelho deste domingo encontramos o jovem, morto, filho único da viúva que Jesus cruzou no caminho para Naim. Jesus, tocado e comovido pelas lágrimas da mãe, devolveu a ela o filho com vida. Um sinal extraordinário que suscitou o espanto e a maravilha de todos. No entanto o detalhe que chamou a minha atenção foi que o jovem, ao acordar do sono da morte, logo começou a falar. Nunca saberemos o que ele falou. As palavras dele não ficaram registradas, mas, sim, a dos presentes: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”.
Se as últimas palavras do paciente foram de fé e de agradecimento, o que pensar das “primeiras” palavras de um filho, morto, devolvido vivo à mãe? Terá também ele agradecido a Deus? Terá, talvez, como acontece nos filmes de hoje, perguntado onde estava e o que tinha acontecido tão grande devia ser a sua surpresa? Vamos deixar para lá as especulações. Os evangelhos, muitas vezes não contam tantos detalhes porque, bem sabemos, mais do que relatar fatos, querem nos ajudar a compreender a pessoa de Jesus até chegar a acreditar e a confiar nele.
Nossa curiosidade poderá ficar satisfeita, em parte, se tivermos a paciência de ler mais um pouco o mesmo capítulo do evangelho de Lucas. João Batista manda perguntar a Jesus se é ele “aquele que devia vir” ou se deviam esperar outro. Jesus responde aos enviados que relatem a João o que estão vendo e ouvindo: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa-Nova! (cfr. Lc 7,18-23). Os sinais que Jesus faz chamam atenção. São os sinais de uma vida nova, de uma longa espera que começa a se realizar. Contudo esses e outros sinais devem conduzir ao anúncio da Boa-Notícia “aos pobres”. Os sinais falam só em parte, porque podem ser interpretados e usados de maneiras diferentes. Eles precisam da palavra para serem compreendidos como anúncio da chegada de algo de novo. “Deus veio visitar o seu povo” disseram, justamente, as pessoas que tinham visto Jesus devolver o filho morto à mãe aflita.
Deus não está longe do seu povo, ao contrário, está presente e caminha com todos, com aqueles que o querem seguir, e também com os outros. O Deus que Jesus veio revelar é o Pai de todos, dos pobres em maneira especial. Partilha alegrias e tristezas, chora com a mãe que perdeu o filho e exulta com os pequenos que aprendem a louvar a Deus. Talvez sejamos nós que ainda não entendemos isso. Continuamos a chorar, distraídos, indiferentes, reclamando daquilo que, achamos, Deus fez de errado. O que nós, muitas vezes, chamamos de “silêncio” de Deus é, na realidade, a sua paciência para que nós mesmos o reconheçamos intimamente presente na caminhada da nossa vida. Ele é mais fiel do que qualquer outro amigo ou companheiro, solidário conosco até na morte, para que estejamos com ele na vida que não terá fim.
Afinal podemos dizer: o verdadeiro morto que revivendo começa a falar, não é o filho único da viúva de Naim, mas o próprio Jesus ressuscitado que continua a nos convidar à compaixão, ao louvor, ao amor-serviço aos pobres. É ele – vivo - que, ao mesmo tempo, é a Boa- Notícia e o comunicador desta alegre esperança de vida. Deus continua visitando o seu povo. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

Confira entrevista do Bispo de Macapá, Pedro Conti ao jornalista Cleber Barbosa


Depois de passar uma década atuando no sul do Pará, nos difíceis anos dos conflitos pela reforma agrária, o italiano Pedro Conti, foi designado para ser o bispo de Macapá, uma comunidade que o acolheu com a habitual hospitalidade tucuju, mas que também aprendeu a respeitar as lições de vida espiritual do atual dirigente dos católicos amapaenses. Forjado no contato muito próximo das comunidades interioranas, do convívio com os problemas urbanos e sobretudo no diálogo permanente com seus pares na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bisco Conti também não hesita em ir à sua santidade o papa Bento XVI em Roma, com o fez em abril deste ano, na chamada “Visita Ad-Limina”. Dom Pedro também esteve em Brasília, na assembleia geral da CNBB, ocasião em que tratou dos mais atuais temas da igreja, como os remanescentes conflitos rurais, a violência, os casos de desvio de conduta de padres e, é claro, das estratégias para continuar a missão evangelizadora da maior igreja do mundo."Não é que gostamos de criticar, mas é porque enxergamos o bem maior para todos. Certos desvios, desonestidades, não são tolerados em uma sociedade que deveria ser regida pelo Direito e não pelo interesse corporativo ou individual"


Diário do Amapá - O senhor acaba de participar de uma importante reunião em Brasília, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Qual o principal foco desse encontro, dom Pedro?Pedro Conti - O primeiro assunto foi a palavra de Deus, pois estávamos esperando a chamada Exortação Apostólica que o papa sempre faz após o Sínodo dos Bispos, que aconteceu em outubro de 2008, então geralmente um ano depois vem a exortação, que ainda não chegou, por isso nós os bispos do Brasil acabamos não fazendo o documento da confe-rência episcopal, que depois resultaria na carta do papa. Nós achamos mais prudente e correto esperar primeiro essa carta do papa para depois aculturar, vamos dizer assim, a carta do para em nossa realidade no Brasil.


Diário - Mesmo assim o encontro dos bispos produziu um documento final, uma espécie de carta?

Pedro Conti - Resolvemos fazer uma mensagem onde lembramos o valor da palavra de Deus, porque é bonito, estamos na campanha do milhão de bíblias, da leitura dela, dessa missão continental que a Conferência de Aparecida propôs para toda a América Latina. A igreja hoje deve ter a coragem de anunciar. O lema é ser discípulos e missionários, ou seja, ao mesmo tempo ser discípulo e escutar a palavra mas também ser missionário, que comunica essa palavra, senão a fé morre conosco. Devemos acreditar que é uma boa notícia, que deve ser retransmitida.Diário - Então o que deveria ser o tema principal da conferência acabou não ocorrendo devido ao atraso no envio do documento do Vaticano?Pedro - Exatamente, mas durante a Visita "ad-limina" (visita ao Vaticano) que eu também tive a graça de participar, com outros bispos do Norte 2 (Pará e Amapá), nós estivemos com o papa e cobramos dele a exortação, em abril, quando o papa falou que estava pronta, só que não chegou ainda, por isso vamos ter paciência e aguardar. Logo que chegar nós auto-rizaremos como assembléia o Conselho Permanente da CNBB para elaborar um documento que faça o que nós não conseguimos fazer lá em Brasília. Esse documento trará novidades, pois sabemos que cada papa tem a sua sensibilidade, como por exemplo, a última carta que ele escreveu sobre economia. Claro que continua o ensino social da igreja, mas cada papa vai tentando atualizar, com alguma proposta, alguma dica, uma maneira de ver as coisas e enfrentar os problemas, fruto da inspiração do Espírito Santo, neste momento da história, com este papa, com esta igreja.


Diário - O fato do papa ter escrito essa carta sobre economia tem alguma relação com a escolha do tema da Campanha da Fraternidade deste ano, pela CNBB, que também trata das questões relacionadas à economia?

Pedro - Propriamente o tema já estava escolhido, pois era uma campanha ecumênica, agora o fato de ter saído a carta do papa permitiu também ter algumas citações no documento da campanha da fraternidade. Diário - Voltando então ao encontro de Brasília, como os bispos retornaram para suas dioceses, sob o ponto de vista da missão, da motivação para continuar a missão?Pedro - Um outro tema que dominou os debates foram as Comunidades Eclesiais de Base, as famosas CEB's. Claro que os tempos mudaram, não são mais os anos 70, 80, mas nós reconhecemos que as CEB's estão vivas e alguns bispos do norte, inclusive eu, foram lá defender as CEB's pela simples razão de que as nossas igrejas vivem das Comunidades Eclesiais de Base. O que seria da nossa igreja se não tivéssemos as CEB's espalhadas nas ilhas, no interior, nas beiras dos rios, nos caminhos da mata, todas essas comunidades onde está o povo, apesar de todas as dificuldades de ser alcançado, mas que recebe o trabalho de evangelização e testemunho da fé.


Diário - O senhor falou nas CEB's relembrando os anos 80, o que nos faz lembrar de sua passagem pelo Sul do Pará, onde viveu tempos difíceis mas de vitórias importantes no trabalho especialmente durante as lutas pelas terras não é mesmo?

Pedro - É, eu cheguei no sul do Pará em 1996. O último mártir de Rio Maria foi em 1991, o famoso Expedito, por isso eu herdei um pouco daquela atmosfera que era de respeito pelas lutas pela terra. Eu digo isso, infelizmente, tenho que usar essa linguagem que não é nem muito fraterna nem evangélica, mas o direito a propriedade nem sempre é visto como um compromisso social, uma obrigação social. Esta é a doutrina social da igreja, ou seja, a propriedade particular não é propriamente minha. É minha, mas deve estar também a serviço dos outros, pois a terra é um daqueles bens que se é bem usada dá vantagens, dá lucro, como o agronegócio e companhia, mas também dá sustento a quem vive na terra.


Diário - Mas do ponto de vista pessoal, como foi viver essa experiência?

Pedro - Graças a Deus não teve mais mártires depois daqueles anos difíceis, mas continuava a luta no campo, agora pelo trabalho que fosse escravo ou degradante, pois tinham trabalhos que não configuravam escravidão, mas que eram degradantes, pois as pessoas eram levadas lá para trabalhar e nem sempre eram respeitadas, as condições eram mínimas, com famílias inteiras. Por isso quero dizer que as comunidades espalhadas pelo interior, sobretudo onde a agricultura é fonte de sustento para as famílias, que se enraízam na terra, essa é uma luta muito grande que não se façam também os pequenos da terra um comércio, do lucro e não do sustento digno da própria vida. É um trabalho bonito e vamos ver se no Amapá também, nos assentamentos e tudo mais, são para os agricultores ou quem quer trabalhar na terra.


Diário - Não há mais mártires, como o senhor disse, mas ainda há muitas demandas pela distribuição das terras. Como a igreja vem acompanhando tudo isso?

Pedro - É não tem mais mártires, mas tivemos ainda a irmã Doroth, que foi assassinada exatamente um dia antes que eu chegasse aqui no Amapá, em 2005, por isso vou lembrar desta data a vida inteira. Mas exatamente é ter uma visão grande, ampla, bonita, positiva, enfim, cheia de esperança a respeito da reforma agrária. Claro, repito, que cada vez me convenço mais, que ela deve ser feita com quem quer traba-lhar na terra. Quem quer ganhar um chão para depois ganhar mais e mais, até acabar dependendo do governo através dos vários fomentos que recebem por aí, não serve para a reforma agrária e não vai produzir também nada. Diário - Sempre que a igreja eleva o tom das críticas, seja nessa questão das terra, seja na política partidária mesmo, a classe política torce o nariz, seja pela fala do bispo, pela homi-lia de um padre em uma determinada comunidade. Como a igreja encara esse papel de ajudar na conscientização política, especialmente em dias de movimento pelos fichas limpas?Pedro - Esse foi outro tema que tomou um bom tempo dos debates da assembléia da CNBB. Um das polêmicas foi sobre os direitos humanos, onde a igreja também tem algo para defender, pois é a vida. O próprio Conselho da CNBB fez um documento sobre a política, pois a tentação é que cada vez que acontece um escândalo, uma complicação, uma desonestidade, aí logo se faz uma denúncia. O próprio presidente da CNBB disse que o perigo é cair no denuncismo, e a igreja fica aí como se fosse... a...


Diário - A palmatória do mundo?

Pedro - Não é porque é muito mais do que isso. Ser consciência crítica. Não é que gostamos de criticar, mas é porque enxergamos o bem maior para todos. Certos desvios, desonestidades, não são tolerados em uma sociedade que deveria ser regida pelo Direito e não pelo interesse corporativo ou individual. Daí o excelente documento do Conselho Permanente da CNBB sobre a política, que fala sobre a reforma do Estado, da reforma até das eleições, enfim, tantas coisas bonitas que percebemos que é urgente fazer, para não deixar o que é público nas mãos de poucos e não ter praticamente participação do povo. Se vota a cada quatro anos e depois sabe lá, pois é como entregar um papel em branco. Isso não é bom, nem para os políticos eleitos, nem para o povo, que acaba se desinteressando e não participando, que não é só fiscalizar e dizer o que queremos. E que os políticos entendam que recebem o mandato do povo, então o mandato não é deles que não podem fazer o que bem entenderem.


Diário - Outro tema da atualidade é a violência. Recentemente o caso da chacina de uma família inteira dentro de casa deixou a sociedade amapaense chocada, assustada mesmo, tanto que as pessoas estão redobrando os cuidados com a segurança. O senhor como chefe da igreja católica aqui no Estado pode transmitir que tipo de mensagem?

Pedro - Eu soube disso quando estava em visita pastoral pelo interior, mas achei tudo muito triste. Mas nós não devemos perder a esperança, pois se a humanidade fosse perdida e não tivesse mais jeito como se pode pensar, Jesus Cristo não teria vindo para nos salvar, quer dizer, pagou caro este amor com a humanidade, que foi à cruz, deu a vida para nos ensinar o caminho do amor. É daí que nós temos que começar. Digo isso como um apelo a todos nós. Que os pais falem de paz para os seus filhos. Que os vizinhos vivam em harmonia com os outros. De outro lado também temos essa cobiça desenfreada pelo dinheiro, do ganho, de querer passar por cima do outro, então também temos que nos educar também devido à circunstância histórica do planeta Terra que também que é esse consumo, esses gastos, que não vai ser sempre assim. Teremos que vi-ver uma vida mais simples, mais sóbria também que é mais salutar e redescobrir aqueles valores perdemos um pouco.


Diário - Coisas do capitalismo, o senhor diria?

Pedro - É assim: achamos que estamos realizados quando compramos alguma coisa, quando temos muitos bens, mas a paz não se realiza com os bens. A paz e a convivência fraterna se realiza com a capacidade justamente de ver no outro não um inimigo, mas um amigo. Eu sei que é difícil, pois às vezes se paga isso com a vida. Acabei de ler no noticiário que foi assassinado a facadas um bispo na Turquia, então quer dizer a violência está no mundo inteiro e por vezes até contra pessoas que supostamente trabalham pela paz. Vamos unir as forças, com a família, com a educação, pelos meios de comunicação, enfim, precisamos pensar muito bem as coisas, reavaliar, e isso passa pelas igrejas, para que todas elas falem da paz.


Diário - Uma publicação recente analisa os casos envolvendo desvios cometidos por padres fazendo uma relação também com os casos envolvendo policiais pelo mundo, alegando que se trata de uma minoria ínfima em relação ao contingente que segue as regras. Esse tema também foi tratado na assembléia da CNBB em Brasília?

Pedro - Foi e ocupou até bastante tempo. Não tanto pelo número, que graças a Deus não é excessivo, mas justamente porque temos que tratar esses casos, e o papa nos deu o exemplo, no sentido de que não é papel da igreja somente defen-der, entre aspas, os padres que podem ter feito isso ou de alguma forma tentar resolver o problema dos padres. O que o papa sugere é olhar com mais carinho as vítimas disso. É preciso que a igreja se coloque porque é a mãe de todos e não só porque o padre faz parte da corporação, digamos assim que está errado, mas é só para o povo entender. Os outros também são filhos de Deus e foram as vítimas, infelizmente, em situações quando eram crianças, mas que marcaram a vida inteira. A igreja deve mostrar nesse momento não apenas a vontade de arrancar o joio, digamos assim, pela raiz, se libertando disso, mas di-zer aos padres e a todos os consagrados também que estão no caminho errado. Sobretudo devemos manifestar o carinho, a solidariedade, a paciência, o amor e o acompanhamento com todos esses casos.


Diário - Houve algum indicativo sobre as melhores formas de prevenção para esse tipo de problema?

Pedro - Percebemos também que existem problemas psicológicos muitas vezes, então a prevenção deve começar na escolha dos candidatos ao sacerdócio, é possível, mas a igreja também deve ser prudente, não pode achar que é fácil, infelizmente, são situações onde a pessoa que está envolvida ela sofre também por causa disso e às vezes não se controla. Por isso tem que ser honestos e saber que essas pessoas também colaborem, reconhecendo as suas dificuldades. É uma dificuldade também, fazer o que, e as pessoas devem admitir isso. A igreja deve acolher maternalmente ou paternalmente esses nossos irmãos que também são sofredores e também quem foram as vítimas que sofreram por causa desses abusos.

domingo, 6 de junho de 2010

ATO DE CONSAGRAÇÃO Á JESUS MISERICORDIOSO

JESUS EU CONFIO EM VÓS

ATO DE CONSAGRAÇÃO Á JESUS MISERICORDIOSO

Ó JESUS MISERICORDIOSO Á VOSSA BONDADE É INFINITA E OS TESOUROS DE VOSSA GRAÇA SÃO INAUXERÍVEIS. ABAMDONO-ME Á VOSSA MISERICORDIA QUE ULTRAPSSA TODAS AS VOSSAS OBRAS .

CONSAGRO-ME INTEIRAMENTE Á VOZ PARA VIVER SOB OS RAIOS DA VOSSA GRAÇA E DO VOSSO AMOR , QUE SAIRAM DO VOSSO CORAÇÃO SOBRE A CRUZ . QUERO DIFUNDIR Á VOSSA MISERICÓRDIA , POR MEIO DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA CORPORAIS E ESPIRITUAIS, ESPECIALMENTE PARA COM OS PECADORES , CONSOLAR E ASSISTIR AOS POBRES, AOS AFLITOS, AOS DOENTES .

VÓS, PORÉM, ME PROTEGEREIS COMO VOSSA PROPRIEDADE E VOSSA GLÓRIA, PORQUE TEMO TUDO DA MINHA FRAQUEZA E ESPERO TUDO DA VOSSA MISERICORDIA. OH! QUE TODA A HUMANIDADE COMPREENDESSE O INCONCEBÍVEL ABISMO DA VOSSA MISERICÓRDIA, PARA PODER FUNDAR TÔDA A SUA ESPERANÇA NELA E EXALTÁ-LA POR TÔDA A ETERNIDADE. AMÉM

(Esta consagração foi traduzida do italiano por Reverendo padre João Batista no ano de 1952 .E divulgada em 11/10 1957 no pequeno livro) “MISERICÓRDIA DIVINA , CONFIAMOS EM VÓS”

Imaculado Coração de Maria

Em 12 de junho de 2010, clamamos o Coração Imaculado de Maria para a conversão dos pecadores do mundo inteiro.


O Imaculado Coração de Maria é uma devoção católica que ganhou grande destaque com as aparições de Fátima. Consiste na veneração do coração de Maria, mãe de Jesus.

De acordo com o legado dos pastorinhos de Fátima, foi Nossa Senhora quem, depois de mostrar a visão do Inferno a Lúcia, Jacinta e Francisco, lhes revelou o “Segredo”. Contava a Irmã Lúcia que: “…para salvar as almas, Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Imaculado Coração” (in Memórias da Irmã Lúcia). O objetivo único desta devoção ao Imaculado Coração de Maria, é a salvação das almas e a conquista da paz.


MÃE DE DEUS DERRAMAI SOBRE NÓS AS CHAMAS DE AMOR DO VOSSO CORAÇÃO IMACULADO.

11 de junho - Santíssimo Coração de Jesus

A sexta-feira ( 11) seguinte ao segundo domingo depois de Pentecostes a Igreja celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Além da celebração litúrgica, muitas outras expressões de piedade têm por objeto o Coração de Cristo. Não tem dúvida de que a devoção ao Coração do Salvador tem sido, e continua a ser, uma das expressões mais difundidas e amadas da piedade eclesiástica. Entendida à luz da Sagrada Escritura, a expressão “Coração de Cristo” designa o mesmo mistério de Cristo, a totalidade do seu ser, a sua pessoa considerada no seu núcleo mais íntimo e essencial...



O coração de Jesus derrame suas misericórdias e seu amor infinito sobre o mundo.
Agradecemos o seu amor, a sua misericórdia sobre todos nós. Obrigado Santíssimo Coração.

Sagrado Coração de Jesus Misericordioso
Confiamos em Vós

Igreja São José tem novo Pároco


A Igreja São José de Macapá esta com o Padre Aldenor fazendo as celebrações das missas a partir de agora. Ele substitui o padre Paulo Lepre que foi para Itália.
E desde que assumiu vem acrescentando novos horários de missas e orações na igreja.
Às 6:30 MISSA
À s 15:00 Terço da Divina Misericórdia ( todos os dias).
Você é convidado à participar desses momentos de fé.

Corpus Christi

Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.

É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma festa de 'preceito', isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, em Macapá a celebração foi na Igreja Nossa Senhora da Conceição às 4 da tarde, de quinta-feira (03) e a caminhada eucarística aconteceu nas ruas e avenidas que foram enfeitadas com muito amor pelos estudantes de várias escolas e pelo povo católico. O termino foi na catedral de São José, com a grande benção solene pelo Bispo de Macapá, Dom Pedro Conti.



Jesus no ostensório olha para cada um de nós na grande caminhada.

Que luz , que Benção e que poder a Santa EUCARÍSTIA.

JESUS VIVO no nosso meio e nos nossos corações.

Derrama seu Amor Infinito.

Dobremos nossos joelhos e corações para

Adorar..Adorar..Adorar!

O Rei da Misericórdia ,O Senhor da vida.